quarta-feira, 27 de maio de 2009

GOVERNO VAI CRIAR BANCO PARA EXPORTAÇÕES

Eximbank irá centralizar tarefas hoje distribuídas entre BB, BNDES e Tesouro Nacional

Ainda este ano, o Governo brasileiro pretende criar o Eximbank, estrutura que irá administrar e financiar as exportações e os produtos destinados ao mercado internacional. “É um bom momento, pois poderíamos ter uma operação mais fluida, mais rápida. Será um braço forte do BNDES”, disse o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, conforme entrevista concedida ao jornal Estado de S.Paulo, nesta quarta-feira (27).

Ainda de acordo com o ministro, o presidente Luis Inácio Lula da Silva já sinalizou positivamente em relação à medida.

Hoje, os interessados em exportar mercadorias têm de procurar o Banco do Brasil, na tentativa de obter financiamento do Programa de Financiamento às Exportações (Proex). Caso consiga o crédito, ainda deve recorrer ao Comitê de Financiamento e Garantia das Exportações (Cofig), composto por vários ministérios e sob a responsabilidade do Tesouro Nacional.

Com a criação do Eximbank, o processo ficaria mais simples e desburocratizado, aponta Miguel Jorge. “Hoje o financiamento é muito burocrático, precisamos ser mais operacionais”.

terça-feira, 26 de maio de 2009

CELAS PRIVADAS?

Não é de hoje que o debate a respeito da inserção da iniciativa privada em instituições públicas gera polêmicas. Em diversos momentos da história brasileira, principalmente após a redemocratização e, conseqüentemente, o avanço do modelo neoliberal, privatizações e terceirizações têm se mostrado alvo de disputas políticas e ideológicas. São exemplos marcantes, a venda do controle das telecomunicações a empresas européias, uma das maiores privatizações já realizadas no Brasil, e a abertura da Vale (antiga Vale do Rio Doce) ao capital privado. Apesar de dividir opiniões, a prática é crescente e vem adquirindo força, principalmente em países em desenvolvimento, como Brasil, Chile e Índia.

Se as divergências já são acentuadas quando o assunto é a abertura do patrimônio público ao capital privado, elas só tendem a se intensificar. Um empreendimento que promete dar força à discussão é a introdução da iniciativa privada na administração do sistema público prisional. E vieses importantes dão vazão à disputa, já que nela estão envolvidas questões como a do monopólio coercitivo do Estado, do lucro sobre a mão-de-obra de detentos e da capacidade estrutural brasileira para suportar tal modelo.

Para começar, trata-se de um mercado altamente lucrativo, tanto por sua incipiência no país, quanto pelo grande complexo que engloba. Em vista disso, vem se tornado alvo de disputa de diversas empresas, ainda mais com a expectativa de constituição de PPPs (Parceria Público-Privada). A Correction Corporation of America, maior empresa desse ramo nos Estados Unidos, por exemplo, viu seu valor de mercado saltar de US$ 200 milhões para US$ 1 bilhão em um espaço de cinco anos.

Contexto Brasileiro

No Brasil, o processo não está tão avançado, mas, ao que tudo indica, é apenas uma questão de tempo para que ganhe força. Empresas de diversas áreas começam a disputar o mercado que será aberto com a exploração de presídios na forma de PPP. Os Estados de Pernambuco e Minas Gerais, por exemplo, lançaram consultas públicas em janeiro para o processo e pretendem fazer a licitação ainda neste ano. São Paulo também tem interesse em realizar PPPs em penitenciárias, porém o governo ainda discute pendências jurídicas sobre o sistema.

Segundo levantamento do Depen (Departamento Penitenciário Nacional), havia, em julho de 2007, quase 420 mil presos no país para 263 mil vagas existentes. Se todos os mandatos de prisão expedidos pela Justiça fossem cumpridos, estima-se que o número de detentos aumentaria em 550 mil. Seriam necessários R$ 7 bilhões anuais para atendê-los. Hoje, o país gasta R$ 4,8 bilhões com seus presos ao ano.
Apenas no Estado de Pernambuco serão necessários R$ 248 milhões para construção e aparelhamento do Centro Integrado de Ressocialização de Itaquatinga, em que serão abrigados 3.126 detentos. Desde que a consulta pública foi lançada, em 11 de janeiro do ano passado, pelo menos oito empresas e quatro bancos buscaram informações sobre a parceria, prevista para vigorar por 33 anos.

Em Minas Gerais, o Estado pretende repassar até R$ 78 milhões ao ano para a empresa vencedora da PPP, sendo que há um prêmio de 1,5% da soma dos pagamentos mensais, para estimular resultados e a qualidade da gestão. A parceria deverá vigorar por 27 anos.
No projeto, cada preso custará ao Estado até R$ 2.100 por mês, incluídos aí gastos operacionais e de construção da unidade. O governo estima que, se assumisse a construção e operação, gastaria R$ 2.400 por preso ao mês. Hoje, apenas o gasto operacional do governo com presidiários é de R$ 1.700.
Polêmicas Éticas e Legais

Para Laurindo Dias Minhoto, professor de sociologia do direito da Fundação Getulio Vargas e especialista na área, a maior crítica feita ao envolvimento da iniciativa privada nos sistemas penais diz respeito ao lucro com o encarceramento. "É um debate de caráter ético", diz. "Não seria aceitável lucrar com o sofrimento infligido a outras pessoas.”
Segundo ele, os funcionários públicos também fazem pressão sobre presídios controlados por empresas no Brasil, tentando reduzir a eliminação de vagas públicas. "Na verdade, apenas o Estado poderia usar força letal para controlar pessoas", afirma Minhoto. "O agente privado jamais teria tal prerrogativa." Esse foi um dos motivos que impediu que o sistema de privatização nos presídios evoluísse em muitos países. Nos Estados Unidos, o modelo está estagnado em 7% da população carcerária há anos.
Ainda de acordo com o especialista, outro motivo são as ações sindicais para impedir a expansão do sistema. Trabalhadores de várias áreas alegam que empresas usam presos como mão-de-obra semi-escrava e geram concorrência desleal na criação de vagas fora das grades.

O Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo (OAB SP), Luiz Flavio Borges D´Urso, por sua vez, explica que existem duas formas históricas de privatização de presídios.

A mais utilizada, até o momento, é a Americana, na qual a privatização é total. Isso significa que o preso é absolutamente entregue à empresa prestadora de serviço, que passa a reger sua vida em cárcere. Assim, o tempo que ficará preso, as formas de punição, sua soltura, concessão de condicionais, são todos determinados por ela. Nestes casos, o Estado abre mão de seu poder jurisdicional.

Outro modelo que tem ganhado destaque é o francês, da Co-Gestão. Neste sistema, o Estado permanece com a condição jurisdicional e somente a função material (alimentação, infra-estrutura, saúde etc.) é delegada à iniciativa privada.
“Segundo as premissas constitucionais brasileira, só é possível no país a implementação da forma francesa, em que o Estado fica com a guarda do preso e a empresa só administra a parte material”, aponta D´Urso. Desta maneira, não há necessidade de novas medidas legais para validar o sistema.

Para o presidente da OAB de São Paulo, no modelo Francês o risco de “escravização” do trabalho dos detentos é bem pequeno. Embora a empresa administradora coordene tais atividades remuneradas, “seu tipo, forma e finalidade ficam sob a responsabilidade do Estado, que também decide para onde reverter a renda gerada. Portanto, a empresa só organiza este trabalho, seguindo as orientações estatais.”

O Estado e a Indústria

Sob o ponto de vista da indústria, o sistema público não é mais capaz de acompanhar a evolução da violência no país e os presídios, da forma em que se encontram, não passam de “escolas de marginais”, segundo afirmação de Ricardo Lerner, assessor e consultor de Segurança da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Para ele, a necessidade de modernizar o sistema prisional é imediata, já que seus problemas não dizem respeito somente ao Estado, mas a toda a sociedade. O modelo vigente só trará mais desgastes às condições já precárias deste sistema e isso gera uma situação de risco à população. “Implantar este sistema [PPP] é uma questão de segurança social”, completa.

Ao defender as PPPs, Lerner afirma que, além de representarem a alternativa para a falta de recursos públicos na área, o modelo torna-se uma fonte importante de empregos e geração de renda para a região onde o presídio será instalado.

De acordo com o coronel da Reserva da Polícia Militar de São Paulo e ex-Secretário Nacional de Segurança Pública, José Vicente da Silva Filho, a iniciativa é bem vinda ao Estado, uma vez que as prisões, como estão, não passam de “formas caras de piorar as pessoas”. Contudo, traça diferenças, segundo ele fundamentais, entre as formas de abertura do terreno público.

Ressalta que experiências como a do Paraná e Pará, onde o sistema carcerário foi totalmente privado, não são as mais adequadas às necessidades do país. Nestes casos, o Estado compra o terreno, constrói o prédio e a empresa vencedora da licitação fica responsável por sua administração. Empreendimento de alto custo aos cofres públicos. Se a forma de PPP for implantada, tanto o terreno quanto a construção do prédio ficam a cargo do capital privado, que o equipa e administra.

Além disso, com o acordo, é obrigação das empresas oferecerem serviços básicos como alimentação, higiene, atendimento médico, odontológico e jurídico, fato que tende a reduzir os índices de insatisfação entre os presos e eventuais rebeliões. Em caso de estragos físicos dentro do cárcere, cabe à prestadora de serviços públicos repor os materiais danificados, sem qualquer custo ao Estado. Um choque no bolso das empresas, que elas tentarão evitar a qualquer custo.

“Embora o custo de cada preso fique por volta de 20% mais caro, não haverá mais problemas de superlotação e os detentos serão mais bem-cuidados: há médicos, advogados, uniformes, alimentação e o que prevê a lei.", conclui o coronel.

PREÇO DA GASOLINA CAI ATÉ 40% SEM IMPOSTOS

Dia da Liberdade de Impostos mostra que Cide, PIS, Cofins e ICMS aumentam o valor do litro do combustível de R$ 1,46 para R$ 2,39

Durante o Dia da Liberdade de Impostos, o litro da gasolina em vários postos de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Belo Horizonte foi vendido 40% mais barato do que seu preço normal. Isto porque foram descontados os inúmeros impostos que recaem sobre o valor do combustível, geralmente vendido a R$ 2,39; sem os encargos a gasolina chegou ao consumidor por R$ 1,46.

A campanha foi organizada pelo Instituto Mises Brasil e o Movimento Endireita Brasil, que reuniram diversas entidades para bancarem a diferença que Cide, PIS, Cofins e ICMS fazem sobre o custo do combustível.

Nas quatro capitais, foram comerciados cerca de 20 mil litros de gasolina sem impostos.
A quantidade de impostos agregados aos produtos brasileiros é das mais altas do mundo. No caso dos alimentos, por exemplo, os básicos arroz e feijão do nosso dia-a-dia possuem 15,34% de tributos embutidos em seus valores, segundo o IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário). Para o instituto, o pacote de cinco quilos de arroz, que é vendido em média a R$ 8,06 na região da Grande São Paulo, ficaria R$ 1,23 mais barato se não fosse sua carga de impostos. Ou seja, 15,2% do valor do alimento se deve à sua tributação

BB ELEVARÁ CRÉDITO EM R$ 13 BI

A pedido do presidente Lula, o banco público aumentará recursos para financiamentos às pessoas físicas

O Banco do Brasil (BB) anunciou na tarde desta segunda-feira (25) que disponibilizará R$ 13 bilhões a mais para o financiamento de crédito às pessoas físicas. O pedido partiu do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, na tentativa de mudar a política de restrição de empréstimos iniciada com a crise financeira, cobrou postura mais agressiva da instituição.

Também ontem, o Bradesco informou que ampliará o prazo de pagamento de empréstimos para a compra de casas próprias – de 25 para 30 anos. Junto à esta medida, o banco divulgou a redução de 10% para 8,9% da taxa de juros cobrada no segmento de imóveis, que representa até R$ 120 mil e menos de encargos.

O retorno dos bancos aos incentivos de planos de financiamento começou com o Itaú-Unibanco, há dez dias, data em que anunciou a volta do crédito facilitado, de 72 meses (6 anos), a veículos particulares. Quatro dias depois, na última sexta-feira (22), foi a vez da Aymoré Financiamentos (do grupo Santander-Real) tomar o mesmo rumo do concorrente.

O acesso ao crédito das agências financeiras havia praticamente desaparecido e sua retoamda, apontam especialistas, indicam uma melhor confiança das entidades na economia brasileira frente à crise mundial.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

VALE REDUZ US$ 5,2 BI DE META DE INVESTIMENTO

Novo orçamento, de US$ 9,035 bilhões, apresenta corte de 36,5% na projeção para 2009

O plano inicial de investimento da Vale para este ano era de US$ 14,23 bilhões. Após decisão aprovada no fim desta quinta-feira (21), pelo conselho de administração da companhia, a meta sofreu corte de 36,5 %, ou US$ 5,2 bilhões a menos do que previsto.

Em comunicado, os representantes do conselho apontam que a mudança se deve a três fatores, principalmente: redução de custos, desvalorização do real e alongamento do cronograma de alguns projetos. Segundo eles, ao divulgar o plano de investimento em outubro do ano passado, a Vale ainda não tinha condições de avaliar a forte desaceleração econômica gerada pela crise internacional.

Com a recessão acelerada nas principais potências mundiais, e os inevitáveis choques no mercado financeiro local, a companhia se viu obrigada a adotar uma série de medidas, entre elas a demissão de 1,3 mil funcionários e a suspensão de atividades em algumas minas, com a concessão de férias coletivas aos trabalhadores.

A possibilidade de revisão dos investimentos já havia sido sinalizada durante a divulgação do balanço do primeiro trimestre, período em que as mudanças no cenário internacional se mostraram mais evidentes.

Para se ter uma ideia da perda, a cifra cortada supera a soma dos valores de todos os projetos de expansão do setor de celulose para os próximos quatro anos, cerca de US$ 4,5 bilhões, estima o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

quinta-feira, 21 de maio de 2009

ABRIL APRESENTA AUMENTO NAS CONTRATAÇÕES

Segundo o Caged, agronegócio e serviços sustentam reação do emprego

Após perder aproximadamente 800 mil vagas, o mercado de trabalho apontou uma tímida reação em abril. De acordo com pesquisa feita pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgada nesta segunda-feira (18), o número de contratações teve saldo positivo de 106,2 mil vagas, puxado, principalmente, pelo agronegócio e pelo setor de serviços.

Embora a reação tenha sido significativa em relação a março – mês em que foram abertas 34,8 mil vagas –, este ainda foi o pior abril da série histórica do Caged, desde 1999. Os efeitos da crise internacional sobre o mercado de trabalho brasileiro são nítidos: de janeiro a abril deste ano foram criadas 48,5 mil ocupações, frente às 848,9 mil no mesmo período de 2008.
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, conforme revela O Estado de S.Paulo, prevê para este ano a abertura de mais de 1 milhão de postos. “O Brasil já está dando sinais inequívocos de recuperação”, sinaliza.

MERCOSUL: ADESÃO DA VENEZULA DIVIDE GOVERNO E OPOSIÇÃO

Governo tenta convencer setor privado e oposição da importância econômica da Venezuela; empresários temem a instabilidade política

Há quase duas semanas após o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, ter defendido no Senado, durante audiência pública na Comissão de Relações Exteriores, a aprovação do Protocolo de Adesão da Venezuela no Mercosul, o assunto divide a opinião de empresários, governo e oposição.
Para o governo, a entrada da Venezuela no Mercosul se justifica por sua relevância comercial. O sub-secretário do Itamaraty para a América do Sul, Enio Cordeiro, ainda tenta convencer o a oposição mostrando os números econômicos do país de Hugo Chávez.
O diplomata argumenta que a Venezuela tem o quinto maior Produto Interno Bruto (PIB) da América Latina, de US$ 330 bilhões; possui a sexta maior reserva de petróleo do mundo; importa 75% do que consome, além de ser o segundo destino das exportações brasileiras dentro da América do Sul. Para ele, recusar a Venezuela no Mercosul é abrir mão de um grande mercado para outros fornecedores, em especial à China.
O senador Heráclito Fortes (DEM-PI) rebateu publicamente a defesa do diplomata e ressaltando que a intenção de Chávez em entrar no Mercosul já vem enviesada, uma vez que já conversa com outros sócios do Bloco para tentar reduzir a presença brasileira no Parlamento do Mercosul, em 2010

OPORTUNIDADES DE NEGÓCIO ENTRE BRASIL E TURQUIA

Encontro empresarial em Istambul terá, pela primeira vez, a participação de brasileiros

Empresários brasileiros participarão, pela primeira vez, de rodada de negócios em Istambul. O evento “Turquia-Mundo, Ponte de Comércio”, promovido pela Tuskon, a Confederação das indústrias da Turquia. A oitava edição do encontro será realizado entre os 1 e 6 de junho.

Mais de 2 mil representantes, de 150 países, têm presença confirmada. Do Brasil, irão empresários dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Ceará e Rio Grande do Sul. Os industrias brasileiros e turcos poderão, ainda, concretizar novas conversas durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que visitará Istambul no dia 20 deste mês, após sua ida à China.

A participação do Brasil na rodada empresarial se deve, principalmente, pela implantação da Turkish Airlines ao País. Desde de o início de abril, a companhia faz dois voos semanais de São Paulo a Istambul. Em julho, já serão três decolagens.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

BNDES INJETARÁ RECURSOS NA BRASIL FOODS

Luciano Coutinho, presidente do banco estatal, confirma participação na capitalização da BRF

Luciano Coutinho confirmou, nesta terça-feira (19), que irá disponibilizar recursos públicos para o financiamento da fusão entre Sadia e Perdigão. Apesar da declaração dos copresidentes do conselho da Brasil Foods (BRF), Nildemar Secches e Luiz Fernando Furlan, de que prescindiriam do apoio estatal, o presidente do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) disse que irá participar do processo.

Dessa forma, o banco continuará com o projeto de amparar as três grandes empresas que sofreram consideráveis perdas com a desvalorização cambial especulativa no início da crise financeira, em outubro do ano passado – Sadia, Votorantim Celulose e Aracruz.

“O BNDES entrará como um participante normal do mercado de capitais. Apenas continuaremos usando, como sempre fizemos, as linhas tradicionais do banco”, afirma Furlan. De acordo com Secches, foram travadas conversas com representantes do banco estatal, que confirmaram interesse no negócio, mas não compromisso oficial.

terça-feira, 19 de maio de 2009

PERDIGÃO E SADIA OFICIALIZAM MEGAFUSÃO

Brasil Foods será a maior companhia alimentícia do Brasil

Em comunicado conjunto, enviado às 9h desta terça-feira, a Sadia e a Perdigão anunciaram oficialmente a fusão entre as empresas. BRF Brasil Foods S.A. será o nome da nova companhia, a maior do setor alimentício brasileiro. Juntas, as empresas captarão quase 25% do mercado exportador global de aves.

A sociedade se dará por meio de uma longa operação, que exigirá a criação de uma outra entidade, a HFF Participações. No acordo, Perdigão muda de nome para BRF e a Sadia para HFF, e em seguida ocorre a incorporação das ações da HFF pela BRF. Assim, a Sadia, que passava por intensa descapitalização após as perdas de R$ 2,6 bilhões com derivativos, terá suas ações incorporadas, em um primeiro momento, pela HFF Par.

Segundo o comunicado, o acordo foi aprovado pelos Conselhos de Administração das duas empresas e ainda precisa passar por adesão dos acionistas de ambas. "A concretização da associação também depende da apresentação da operação aos órgãos antitruste de outras jurisdições nas quais essa exigência legal seja necessária, em virtude de a Perdigão e a Sadia possuírem operações”.

CRISE INTERNACIONAL ABRE MAIS ESPAÇO PARA EMERGENTES

Segundo Tomás Málaga, valorização das commodities e queda na circulação de manufaturados fortalece participação de países em desenvolvimento no comércio mundial

O consultor econômico do Itaú Unibanco, Tomás Málaga, afirmou que os países de economia emergente apresentam maior tendência de estabilidade financeira durante a crise internacional. Ásia e América Latina, principalmente, estão retomando o equilíbrio de suas atividades comerciais de forma mais rápida do que o de países desenvolvidos.

Durante reunião do Conselho Superior de Comércio Exterior (Coscex) da Fiesp, o especialista destacou que o impacto causado pela crise financeira assumiu proporções mais amplas nos países industrializados. Com isso, Estados Unidos e Europa terão de enfrentar alguns anos de estagnação econômica e a tendência é que essas potências utilizem em menor escala a poupança internacional. Este fato, aponta Málaga, dá mais abertura aos países em desenvolvimento a tais recursos.

“Os Estados Unidos deixarão de usar cerca de 40% da poupança internacional, já que terá que poupar muito mais e, sobretudo, controlar o alto índice de consumo que tem mostrado nos últimos tempos. Se não fizer isso, há grandes riscos de um agravamento da crise mundial”, alerta o economista.

Segundo o conselheiro, o aumento do preço das commodities no mercado e a retomada de financiamento em países em desenvolvimento fez com que seu câmbio atingisse um patamar estável, em comparação aos países já desenvolvidos. “Este fato está alterando as características do comércio mundial, pois os produtos básicos ganham muito mais destaque e, junto com eles, os países emergentes”, ressalta.

Nova Composição

Diferentemente da conjuntura cambial de setembro do ano passado, logo no início da crise – em que o dólar disparou em relação às demais moedas –, o panorama internacional está se alterando, diz Tomás Málaga, uma vez que já é possível verificar o esgotamento dessa forte valorização inicial. “A ascensão das economias em desenvolvimento é uma das responsáveis pelo fato”, disse.

De acordo com o economista, durante um quadro agudo de crise a tendência do mercado internacional é a de supervalorizar produtos básicos, em contrapartida ao déficit na circulação de manufaturados. “A participação das commodities no mercado internacional, por exemplo, teve um aumento de 30% a 40%, o que leva à redução do valor comercial dos manufaturados”, destacou.

“Este comportamento faz com que as commodities alcancem o status de reservas de valor, elevando a importância dos países que as exportam: os emergentes”, aponta Málaga.

Desta forma, a recomposição dos mercados durante a crise cria espaços para o fomento de novas relações comerciais, de acordo com o economista. China, Ásia, Oriente Médio e Brasil passarão a absorver de maneira mútua e mais consistente os produtos uns dos outros, “numa tendência de equilíbrio entre os emergentes, aproveitando a brecha criada pela forte recessão nas potências mundiais”, ressalta.

Taxas de Juros

Para Tomás Málaga, estas características conjunturais trouxeram estabilidade inflacionária ao Brasil, a qual num cenário econômico desestruturado cumpre o papel de sustentar o nível de atividade comercial, protegendo a renda do consumidor.

Em sua opinião, “a tendência da inflação, durante a crise, é se manter baixa. Se somarmos a isso a crescente apreciação do Real – que por si só também controla a inflação – temos que a política do Banco Central deverá continuar priorizando a redução da taxa básica de juros”.

INDÚSTRIA PAULISTA CRIA 19 MIL VAGAS EM ABRIL

Os dados, divulgados dia 14 deste mês, apontam que a indústria paulista cresceu 0,80% em abril em relação a março

O Centro e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp e Fiesp), divulgaram o Índice de Nível de Emprego da indústria paulista, referente ao mês de abril. No acumulado do ano, São Paulo já eliminou 47,5 mil postos de trabalho. Mesmo com um ligeiro crescimento de 0,80% no mês, este é o pior abril desde 2006. Em relação a abril de 2008, foram fechadas 172.500 vagas, com variação negativa de (-6,76%).

O setor sucroalcooleiro, em abril, foi responsável pela geração de 28 mil vagas, enquanto os outros setores registraram queda e a eliminação de 9 mil postos de trabalho.

Das 22 atividades industriais que compõem a amostra da pesquisa, somente cinco apresentaram desempenho positivo e 17 registraram desempenho negativo. O principal destaque positivo foi o segmento de Fabricação de Coque, de Produtos Derivados do Petróleo e de Biocombustíveis, com (15%). Na sequência, Produtos Alimentícios, (10,8%).

As variações negativas mais expressivas vieram dos setores de Produtos de Madeira (-4,3%), Metalurgia (-2,6%) e Equipamentos de Informática, Produtos Eletrônicos e Ópticos (-2,2%).

PREÇO DO GÁS EM SP VAI CAIR AINDA NESTE MÊS

Indústria e consumidores residenciais serão beneficiados com a redução

A Arsesp (Agência Reguladora de Energia do Estado de São Paulo) anunciará, dia 31 deste mês, a nova estrutura tarifária estipulada à Comgás, maior distribuidora de gás natural do país. Segundo a agência, o preço do combustível deve cair tanto para a industria quanto para os consumidores residenciais. Mesmo com a queda, São Paulo continuará tendo uma das maiores cotações do mundo. O cálculo da redução será diferente para os dois setores.

Para as residências, o preço estará atrelado ao nível de consumo. Se o consumidor utilizar até 2 metros cúbicos por mês poderá poupar 42% do gasto. Já o uso de 16 metros cúbicos mensais – o equivalente ao conteúdo de um botijão de gás – acarretará na queda de 3,6% da tarifa final.

No caso da indústria, a redução vai variar entre 10% e 32,7%, para os casos de pequeno consumo do combustível – até 50 mil metros cúbicos por mês. As empresas que ultrapassarem este valor também terão contas mais amenas, mas em menor proporção.